quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dia Nacional da Consciência Negra

20 de Novembro

O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares e reivindica essa figura histórica como símbolo de resistência.

Monumento a Zumbi dos Palmares em Salvador, Bahia
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares - situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Maiores informações podem ser  consultadas no texto História do Quilombo de Palmares.

A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros doMovimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em 1978, no contexto da Ditadura Militar Brasileira, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que seus descendentes reivindicam.

Com a redemocratização do Brasil e a promulgação da Constituição de 1988, vários segmentos da sociedade, inclusive os movimentos sociais, como o Movimento Negro, obtiveram maior espaço no âmbito das discussões e decisões políticas. A lei de preconceito de raça ou cor (nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989) e leis como a de cotas raciais, no âmbito da educação superior, e, especificamente na área da educação básica, a lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira, são exemplos de legislações que preveem certa reparação aos danos sofridos pela população negra na história do Brasil.

A figura de Zumbi dos Palmares é especialmente reivindicada pelo movimento negro como símbolo de todas essas conquistas, tanto que a lei que instituiu o dia da Consciência Negra foi também fruto dessa reivindicação. O nome de Zumbi, inclusive, é sugerido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africanacomo personalidade a ser abordada nas aulas de ensino básico como exemplo da luta dos negros no Brasil. Essa sugestão orienta-se por uma das determinações da lei Nº 10.639, que diz no Art. 26-A, parágrafo 1º: “O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.”

A despeito da comemoração do Dia da Consciência Negra ser no dia da morte de Zumbi e do que essa figura histórica representa enquanto símbolo para movimentos sociais, como o Movimento Negro, há muita polêmica no âmbito acadêmico em torno da imagem de Zumbi e da própria história do Quilombo dos Palmares. As primeiras obras que abordaram esse acontecimento histórico, como as de Edison Carneiro (O Quilombo dos Palmares, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3a ed., 1966), de Eduardo Fonseca Jr. (Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988) e de Décio Freitas (Palmares, a guerra dos escravos. Porto Alegre: Movimento, 1973), abriram caminho para a compreensão da história da fundação, apogeu e queda do Quilombo dos Palmares, mas, em certa medida, deram espaço para o uso político da figura de Zumbi, o que, segundo outros historiadores que revisaram esse acontecimento, pode ter sido prejudicial para a veracidade dos fatos.
Um dos principais historiadores que estudam e revisam a história do Quilombo dos Palmares atualmente é Flávio dos Santos Gomes, cuja principal obra é De olho em Zumbi dos Palmares: História, símbolos e memória social (São Paulo: Claro Enigma, 2011). Flávio Gomes procurou, nessa obra, realizar não apenas uma revisão dos fatos a partir do contato direto com as fontes do século XVI e XVII, mas também analisar o uso político da imagem de Zumbi. Segundo esse autor, o tio de Zumbi, Ganga Zumba, que chefiou o quilombo e, inclusive, firmou tratados de paz com as autoridades locais, acabou tendo sua imagem diminuída e pouco conhecida em razão da escolha ideológica de Zumbi como símbolo de luta dos negros.

Além dessa polêmica, há também o problema referente à própria estrutura e proposta de resistência dos quilombos no período colonial. Historiadores como José Murilo de Carvalho acentuam que grandes quilombos, como o de Palmares, não tinham o objetivo estrito de apartar-se completamente da sociedade escravocrata, tendo o próprio Quilombo dos Palmares participado do tráfico e do uso de escravos. Diz ele, na obra Cidadania no Brasil: “Os quilombos que sobreviviam mais tempo acabavam mantendo relações com a sociedade que os cercava, e esta sociedade era escravista. No próprio quilombo dos Palmares havia escravos”. (CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo Caminho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 48).
As polêmicas partem de indagações como: “Se Zumbi, que foi líder do Quilombo de Palmares, possuía escravos negros, a noção de luta por liberdade nesse contexto era bem específica e não pode colocá-lo como símbolo de resistência contra a escravidão”. A própria história da África e do tráfico negreiro transatlântico revela que grande parte dos escravos que a coroa portuguesa trazia para o Brasil Colônia era comprada dos próprios reinos africanos que capturavam membros de reinos ou tribos rivais e vendiam-nos aos europeus. Essa prática também ressoou, como atestam alguns historiadores, em dada medida, nos quilombos brasileiros.
Nesse sentido, a complexidade dos fatos históricos nem sempre pode adequar-se a anseios políticos. Os estudos históricos precisam dar conta dessa complexidade e fornecer elementos para compreender o passado e sua relação com o presente. Entretanto, esse processo precisa ser cuidadoso. O uso de datas comemorativas como marcos de memória suscita esse tipo de polêmica, que deve ser pensada e discutida criteriosamente, sem prejuízo nem das reivindicações sociais e, tampouco, da veracidade dos fatos.
Por Me. Cláudio Fernandes
* Créditos da imagem: Commons





Pesquisa: Equipe do jornal Folha Verde






Postado por Alunos da associação de capoeira do Liceu Escola

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

CAPOEIRA DO LICEU ESCOLA NA 6ª EDIÇÃO DO EVENTO "12 HORAS DE CAPOEIRA"

Na manhã ensolarada do dia 17 de agosto de 2014 (domingo), na Praia do Amor, distrito de Outeiro, a Federação Paraense de Capoeira realizou a 6ª edição do evento 12 Horas de Capoeira. A Associação Rainha N'zinga de Capoeira, coordenada pelo Instrutor Palmiro Alvão, professor de Biologia da Educação de Jovens e Adultos do Liceu Escola, apresentou sua capoeira tradicional angola ao público e demais capoeiristas. A capoeira angola caracteriza-se como um estilo mais próximo daquele jogado pelos escravos, é mais lenta, com movimentos de solo, tem suas raízes fixadas na tradição afro-brasileira, como explicou o Instrutor Palmiro. Os espectadores surpreenderam-se com as habilidades dos capoeiristas mais jovens da Associação Rainha N'zinga de Capoeira, dentre estes, destaca-se a aluna Nalanda Santos, de apenas 9 anos, que demonstrou suas habilidades musicais, encantando aos presentes.
Aline Ellen Fontes
Coordenadora Pedagógica da EJA do Liceu Escola


Ao centro, o Professor Palmiro Alvão, Instrutor da Associação Rainha Nzinga de Capoeira















Fotos: Aline Ellen Fontes
Postado por Prof. José Carlos Oliveira

CAPOEIRA: COMEMORAÇÃO DO 18º ANIVERSÁRIO DO LICEU ESCOLA

No dia 21 de março de 2014, a Associação Rainha Nzinga de Capoeira participou da comemoração do 18º Aniversário do Liceu Escola, evento organizado pela coordenação pedagógica da Educação de Jovens e Adultos. Abaixo, estão os registros das imagens.

Liceu Escola completa 18 anos a serviço da comunidade do Paracuri e bairros vizinhos
Instrutor Palmiro Alvão homenageia o Liceu Escola
Roda de Capoeira na comemoração do 18º aniversário do Liceu Escola
Instrutor Palmiro Alvão, ao centro


Coordenadora pedagógica Aline Ellen Fontes registra o evento

Imagens: Aline Ellen Fontes e Acervo do Lice Escola
Postado por Prof. José Carlos Oliveira

MESTRE BEZERRA VISITA O LICEU ESCOLA

VISITA DO MESTRE BEZERRA - 05/12/2013


Mestre Bezerra
Pioneiro na organização desportiva da Capoeira no Pará, considerado Mestre da Capoeira Angola, Antonio Bezerra dos Santos ou Mestre Bezerra, como é mais conhecido nacional e internacionalmente, é fundador e árbitro da Federação Paraense de Capoeira, capoeirista em plena forma, fluente na língua francesa, realiza palestras e workshops sobre a Capoeira Angola. Também é artesão - produz instrumentos musicais típicos da capoeira (berimbau, caxixi e agogô) e bijouterias. Frequentemente, viaja para outros estados do Brasil e para o exterior para participar de eventos e divulgar a Capoeira.
No dia 15 de julho de 2008, em Salvador-BA, participou do ato de registro da Capoeira como patrimônio cultural brasileiro.
Mestre Bezerra, amigo pessoal e Mestre de Capoeira do Instrutor Palmiro Alvão, em sua visita ao Liceu Escola, realizou uma palestra e fez demonstrações aos alunos da Associação Rainha N'zinga de Capoeira
















Em pé, o aluno de capoeira Dalton, mais jovem do Liceu Escola
Mestre Bezerra, em visita à Sala de Informática Educativa, com os professores José Carlos e Palmiro Alvão
Mestre Bezerra, com o professor José Carlos e o aluno Anderson Moraes, da Rádio Liceu, em entrevista informal

Vídeo: Visita do Mestre à Associação Rainha Nzinga de Capoeira
Texto e Imagens: José Carlos Oliveira
Postado por Prof. José Carlos

FUNDAMENTOS DE CAPOEIRA ANGOLA

EXPOSIÇÃO: FUNDAMENTOS DE CAPOEIRA ANGOLA

Associação Rainha N'zinga de Capoeira, grupo de capoeira do Liceu Escola, coordenado pelo professor/instrutor Palmiro Alvão, reuniu-se no dia 04 de dezembro de 2013 para a exposição dos Fundamentos de Capoeira Angola. Estiveram presentes à reunião os alunos antigos e recém-integrados Evandro Matheus Tomaz Palheta, Vinicius Rodrigues de Souza, Alexandre Rodrigues de Souza, João Marcos T. Palheta e Nícolas Mateus Pereira Oliveira.

Professor Palmiro Alvão, fundador e instrutor da Associação Rainha N'zinga de Capoeira
Instrutor Palmiro Alvão e alunos presentes à reunião
Texto e Imagens: José Carlos Oliveira
Postado por Prof. José Carlos Oliveira

ARRASTÃO CULTURAL 2013

A Associação Rainha Nzinga de Capoeira, sob a coordenação do professor Palmiro Alvão, participou do Arrastão Cultural 2013, evento realizado no dia 28 de junho, organizado pelo Liceu Escola de Artes e Ofícios "Mestre Raimundo Cardoso".


















Texto e Imagens: José Carlos Oliveira
Postado por Prof. José Carlos Oliveira